Ao se falar em alfabetização, o que deve vir a
mente são os três eixos norteadores da mesma: a oralidade, a escrita e a
leitura. Uma está ligada a outra incondicionalmente. Alfabetizar é levar a
criança a ter prazer, gostar de falar, escrever e ler. Então, alfabetizar não é
simplesmente decodificar códigos, símbolos, mas sim decodificar e interpretar o
significado, fazer uma análise crítica de algo.
Cada criança chega à escola em uma fase da
alfabetização – o nível de compreensão depende das possibilidades prévias de
contato com o mundo da escrita. Apesar de uma classe ter alunos em estágios
diferentes de conhecimento, todos podem aprender. O ambiente escolar deve ser
pensado para propiciar inúmeras interações com a língua escrita. O papel do
professor é mediar interações.
Sugestões de Atividades
1- Leitura
em roda
Diariamente na roda de conversas o professor deve
ler em voz alta textos literários, jornalísticos, regras de jogos etc. Os
gêneros devem variar para que o repertório se amplie. Além de contos de fadas,
valem notícias que tratem de algum assunto do interesse das crianças. É
imprescindível garantir a qualidade do material.
O que a criança aprende: Os usos e as funções da
escrita, as características que distinguem os gêneros e as diferenças entre o
oral e o escrito. Ela se familiariza com a linguagem e os elementos dos livros
(que contam histórias), dos jornais (que trazem notícias) e dos textos
instrucionais (que incluem regras de jogos ou receitas culinárias).
2 - Jogo de
identificação de palavras e interpretação
Escrever, em letra de forma, em pedaços de
cartolina, palavras que pertençam a diversas categorias (animais, flores,
brinquedos, etc.).
Como Jogar: mostrando as “plaquinhas”, uma a uma,
aos alunos, o(a) professor(a) lhes pede que identifiquem, por exemplo, quais
palavras são nomes de animais. Para incrementar a brincadeira, as crianças
imitam o animal que acabam de identificar. Em outro momento, a professora
espalha as placas no chão e pede a cada aluno que procure palavras iguais.
3 - Jogo de
formação de frases
Faça várias cartelas em cores diferenciadas,
contendo: os substantivos, ações, conectivos e pontuação, separadamente. (ex:
substantivos em rosa, conectivos em azul, etc.).
Como jogar: O(a) professor(a) entrega a uma dupla
de alunos cartelas contendo palavras, vogais e pontuação embaralhadas. Em
seguida, propõe que formem as frases corretamente. Em outro momento,
pergunta-lhe se é possível trocar elementos frasais com as demais duplas.
Assim, os alunos treinam, de maneira lúdica, a comparação entre frases e entre
elementos que estruturam uma frase, sem preocupar-se com nomenclatura. Em momento algum, o(a) professor(a)
comenta a divisão de cores dos elementos. É importante deixar o aluno descobrir
as diferenciações. Outra forma de brincar é fazer com que uma criança monte a
frase e a outra a leia em voz alta.
4 -
Comunicação oral
Mensalmente realizar atividades em que a garotada
narra histórias, declama poemas, apresenta seminários e realiza entrevistas.
Podem ser feitos saraus e apresentações para expor um tema usando cartazes para
apoiar a fala.
O que a criança aprende: A utilizar a linguagem
oral com eficiência, defendendo pontos de vista, relatando acontecimentos,
formulando perguntas e adequando sua fala a diferentes situações formais.
Para a realização destas atividades é essencial que
haja constantemente registros da cultura oral dos alunos
Registre as diversas manifestações da cultura oral
do aluno. Por exemplo. Peça que cante uma música de que gostem; estimule a
classe a aprendê-la. Escreva a letra da música em uma cartolina diante dos
alunos, vá lendo as palavras conforme for escrevendo cada uma. Leia-as e peça
aos alunos que “brinquem de ler”. Varie a proposta utilizando poemas,
trava-línguas, provérbios, adivinhações, etc.
5 -Boliche -
Boliche do Alfabeto
Objetivos:
Identificar as letras do alfabeto relacionando-as
com o fonema inicial de cada palavra;
Desenvolver a coordenação ampla.
Materiais necessários: embalagens de refrigerante e
bola.
Modo de jogar: Ao derrubar as garrafas, deverá
identificar a letra e dizer uma palavra que inicie com a mesma.
Variantes:
Desafiar os alunos a derrubarem somente a letra
inicial do seu nome.
Solicitar que ao derrubarem as garrafas procurem
registrar as letras que derrubaram em uma caixa de areia.
Desafiar os alunos a derrubarem as letras e, em
seguida, listarem o maior número de palavras possíveis que iniciam com aquela
letra. O(a) professor(a) age como escriba.
6 - Ache o estranho
Recorte de revistas: rótulos, logomarcas,
embalagens, etc. Agrupe-os por categoria, deixando sempre um “estranho”. (ex: 3
alimentos e um produto de limpeza; 4 coisas geladas e 1 quente; 3 marcas
começadas por “A” e uma por “J”) Cole cada grupo em uma folha e desafie os
alunos a encontrarem qual é o estranho.
É fundamental que as crianças justifiquem suas
respostas.
7 - Ditado
em baralho
Prepare cartas com imagens na frente e a escrita da
palavra relacionada no verso.
Como jogar:
Os jogadores embaralham as cartas;
As cartas ficarão empilhadas, uma em cima da outra,
na mesa;
Sorteiam quem irá iniciar o jogo;
O jogador que iniciou o jogo tira a sorte em um
dado e o número que cair, será o número da carta sorteada. Por exemplo: se caiu
o número três no dado, o jogador pegará a terceira carta e as outras passarão
para a parte de trás da pilha;
O jogador verá o desenho da carta e escreverá o
nome da figura, após ele ter escrito, a carta será virada ao contrário para
verificar a escrita correta.
Se o nome estiver correto ele continua no jogo, se
errar será eliminado;
Ganha o que acertar mais nome de figuras.
Outras sugestões interessantes:
Trabalhar com gibis: selecionar com as crianças os
preferidos. Escolher as histórias, ler com as crianças e fazê-las recontar,
oralmente e por escrito, recriando a fala dos personagens.
Orientar correspondências entre classes: propor à
classe que escreva bilhetes para as demais.
Trabalhar a sequência lógica de histórias: formar
pequenos grupos e distribuir várias histórias e solicitar que as crianças
reordenem e escrevam a historia em grupo. A classe escolhe a história de que
mais gostou. Esta deverá ser registrada por escrito pelas crianças.
Confeccionar uma televisão com caixa de papelão
para apresentação de avisos, recados ou histórias dramatizadas.
“... Aprender
a ler, a escrever, alfabetizar-se é,
antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não
numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula
linguagem e realidade.”
(Paulo
Freire)
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