terça-feira, 22 de setembro de 2015

Produção Textual : Dicas criativas

Muitas crianças têm dificuldades para produzirem textos criativos porque não tiveram acesso a livros, outras porque não tiveram acesso a contação de histórias ou não foram estimuladas a criar. Então , eis mais uma missão para os professores. Não basta que alfabetizem, que ensinem a ortografia e a estrutura textual, os professores devem , também , ajudar as crianças a aumentarem a imaginação, a escreverem com criatividade e  prazer.
Com o propósito de auxiliar meus  amigos  educadores listei 10 dicas úteis para desenvolver a imaginação e a produção de textos. Veja:


   1- Leitura e contação de histórias
     Em primeiro lugar, as melhores maneiras de ampliar a imaginação das crianças são : contação de histórias e estímulo à leitura. 
   Permitir que as crianças conheçam histórias diferentes das suas, que viagem por lugares nunca vistos antes pelos próprios olhos e sentir emoções junto aos personagens: dão asas as imaginação. Por isto, conte histórias para elas. Dramatize, cante, leia, e deixe-as ler livremente.

2- Participação nas histórias
     Contar uma história com a participação das crianças é muito divertido. Questione-as  sobre a reação dos personagens, sobre sentimentos e valores. Peça para elas criarem um início ou um fim para a história, para refletirem sobre a mensagem transmitida pela mesma.

3- Produção de história
     Comece pedindo para as crianças  relatarem uma série de atividades realizadas em um dia ou contarem uma história pessoal, então, depois peça para que contem ou escrevam uma história fictícia. Desafie-as a criarem histórias cada vez mais criativas e ajude-as a colocarem no papel.

4- Avaliação de histórias
     Oriente os pequenos a lerem o que escreveram e avaliarem seus textos. Diga a eles que podem sempre melhorar suas produções corrigindo ou trocando algumas palavras, mudando o rumo de uma história ou gênero textual.

5- Troca de textos
     Peça para os alunos trocarem os textos com os amigos, isto estimulará a leitura, a imaginação, a crítica, a autoavaliação e a troca de experiências. Ao ler o texto do amigo, a criança estará aprendendo a avaliar e a ser avaliada, mas para isto é importante que o (a) professor(a) ensine o valor do respeito aos amigos, às suas idéias e suas respectivas criações.

                                                 
6- História coletiva
     A experiência da construção de um texto coletivo pode ser mais marcante do que você imagina. Esta atividade, além de, motivar o entrosamento da turma, desafiar a solução de problemas e estimular a criatividade pode ter uma experiência enriquecedora. O resultado de um texto coletivo é sempre uma surpresa, pois podem aprofundar seriamente sobre um tema; podem transformar o texto em uma comédia ou drama. 
     Mas atenção: é importante que o professor estabeleça algumas regras e esteja por perto orientando os alunos a respeitarem a diversidade de idéias.

7- Texto coletivo com um tema específico
   Esta atividade estimula o debate de idéias, a criticidade e a criatividade. Assim, como a atividade anterior , é preciso que o professor estabeleça algumas regras.

8- Produção de textos a partir de imagens
     A observação de pinturas, desenhos ou paisagens podem excitar a imaginação das crianças e estimular a criação de ótimos textos.

9- Produção de textos com música
     Ouvir música clássica na aula pode relaxar, mexer com as emoções, estimular a criatividade e tirar o bloqueio da escrita de algumas crianças. 

10- Escrever por prazer
    A motivação nas aulas de produção textual é importante porque o ato de escrever "bem" deve ser relacionado com o prazer de comunicar-se através da escrita. Escrever sem emoção é cansativo e desgastante. Então, semeie o prazer de ler e escrever, ensine a importância dos livros e histórias, dê mais valor para a qualidade da exposição dos pensamentos do que para as regras de português. Dê liberdade para as crianças escreverem sempre que sentirem vontade. 

CARTA ABERTA EM DEFESA DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA


O Fórum das universidades públicas participantes do PACTO NACIONAL
PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA vem, por meio desta, defender o
PNAIC e prestar esclarecimentos acerca de seu funcionamento e avaliação, em resposta
a críticas que vêm sendo externadas por alguns setores da sociedade.
As tentativas de desqualificação do trabalho desenvolvido no âmbito do PNAIC
são inconsistentes e não há, de fato, um debate aprofundado acerca de quais seriam os
reais motivos para os ataques recentes empreendidos não por professores, mas por
setores da mídia e alguns setores da sociedade. As informações passadas são
equivocadas, evidenciando falta de conhecimento acerca da proposta pedagógica e do
funcionamento desta iniciativa de formação de professores alfabetizadores. Ao criticar o
PNAIC, imputando a ele a responsabilidade de resolver em dois anos a dívida histórica
que este país tem com o direito à alfabetização, os opositores manifestam opiniões
pouco embasadas nos fatos.
A formação continuada dos professores alfabetizadores no âmbito do PNAIC foi
iniciada em 2013, com continuidade em 2014 e 2015. Foram atendidos, em cada ano,
mais de 300.000 professores. Nunca houve, na história da educação brasileira, uma ação
com tamanha abrangência e tão fortemente voltada para o fazer pedagógico do
professor. Desse modo, podemos apontar um primeiro aspecto positivo: a garantia do
direito à formação continuada a todos os professores alfabetizadores, tendo como
referência a realidade da sala de aula.
Tal abrangência só foi possível porque o PNAIC inclui a qualificação de
profissionais efetivos das secretarias de educação municipais e estaduais, que,
assumindo as funções de orientadores de estudo e coordenadores locais, são
responsáveis pela formação dos professores dos três primeiros anos do Ensino
Fundamental, nos próprios municípios. Desse modo, há um regime de colaboração entre
os entes federados (Ministério da Educação, Secretarias Municipais e Estaduais de
Educação) e as universidades públicas envolvidas, de modo que, em cada estado e
município, os encontros de formação são planejados considerando-se as peculiaridades
e necessidades locais. As ações de formação são concebidas e executadas por todos e
não apenas pelas equipes das universidades. Desse modo, todos são responsáveis pelas
conquistas realizadas. Nisso reside um segundo aspecto positivo: há, concretamente, um
Pacto entre entes federados, que vêm empreendendo esforços para a melhoria da
qualidade da educação.
Um terceiro aspecto a ser considerado é que não há obrigatoriedade de utilização
de um material didático específico. Na formação, são realizadas reflexões sobre
diferentes estratégias de ensino e de materiais, de modo a contemplar variados modos de
ensinar e de aprender. As secretarias de educação podem adquirir materiais como jogos,
livros, revistas, jornais. O MEC também tem colaborado, disponibilizando o material de
referência da formação e distribuindo livros didáticos, livros de literatura, jogos, dentre
outros. Os professores podem produzir e selecionar materiais diversos.
Assim, programas de aquisição de livros (literatura e didático) que garantem o
acesso dos estudantes a material de qualidade são discutidos no interior da formação, as
políticas são mais bem compreendidas e isso ajuda a potencializar o seu uso. Não há, no
âmbito do PNAIC, interesses comerciais que obriguem secretarias de educação a
comprar nenhum pacote fechado de materiais e nem prescrição aos professores do que
precisam realizar em sala de aula. Os professores são formados para ganhar autonomia e
terem consciência do que estão fazendo. Espera-se, no PNAIC, que os professores 
ampliem conhecimentos e possam cada vez mais realizar um ensino consistente,
refletindo sobre suas práticas para, a partir delas, construir saberes, num processo
ininterrupto.
Um quarto aspecto a ser destacado é que o PNAIC apresenta objetivos ligados
aos direitos de aprendizagem que têm ajudado os professores a definir metas e as redes
a desenvolverem suas propostas curriculares com base em um repertório comum.
As universidades responsáveis pela formação dos orientadores de estudo atuam
juntas, em seminários periódicos, para refletir sobre temas ligados ao ensino nesta etapa
de escolaridade e produzir os materiais de referência da formação dos professores.
Desse modo, há um trabalho conjunto de produção de um material básico, ao qual são
agregados novos materiais, em cada estado, para contemplar temáticas e experiências
locais. Os autores dos materiais são pesquisadores de diferentes instituições, com
experiência em formação docente, além de professores da Educação Básica, que
socializam experiências de sala de aula. Desse modo, há articulação entre ensino,
pesquisa e extensão nas instituições públicas de ensino superior participantes.
Nos dois anos de execução do PNAIC foram realizadas avaliações permanentes.
Os professores respondem mensalmente um questionário, julgando a formação recebida
quanto a diferentes critérios: distribuição do tempo, volume de informações
apresentadas, relevância dos conteúdos abordados, aplicabilidade para a prática
profissional. Com pequenas variações entre os estados, os resultados dessas avaliações
feitas pelos docentes mostram que há grande aceitação do PNAIC. Em todos os
critérios, as médias alcançadas têm sido em torno de 9,0.
As universidades também utilizam instrumentos de avaliação específicos, nos
quais têm sido apontados alguns aspectos muito positivos, como a qualidade dos
materiais de formação utilizados, a articulação entre a teoria e a prática, a diversidade de
temáticas tratadas, considerando-se a complexidade do trabalho do professor
alfabetizador, além do respeito aos professores como profissionais.
Algumas universidades também têm desenvolvido pesquisas no âmbito do
PNAIC, identificando mudanças qualitativas nas práticas dos docentes, que condizem
com seus depoimentos e relatos que têm sido narrados em seminários anuais de
socialização de experiências.
Não há, no entanto, ainda, uma avaliação relativa aos impactos nas
aprendizagens das crianças. A Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) é a primeira
experiência brasileira de avaliação das crianças concluintes do ciclo de alfabetização.
Ela teve início em 2013, ano em que o PNAIC começou. Foi repetida em 2014.
Portanto, o tempo ainda é muito curto para se ter alguma informação sobre avanços
nesta área e, é necessário se registrar, a alfabetização é um direito que tem sido negado
na nossa história.
Segundo o IBGE, em 1920, 70% dos adultos com 15 anos ou mais eram
analfabetos. Em 2009, 8,9% da população com 10 anos ou mais era analfabeta. Vê-se,
portanto, que houve uma grande redução na quantidade de analfabetos entre adultos,
embora o país ainda não esteja garantindo esse direito a todos os cidadãos. É necessário
maior investimento para que todos os adultos possam ter acesso a este conhecimento.
É preciso ressaltar que também houve mudança e ampliação no que se considera
alfabetização, hoje pensada como domínio do sistema de escrita para seu efetivo uso em
leitura e produção de textos. Assim, nossas expectativas sobre a aprendizagem de
crianças de 08 anos mudaram, embora algumas propostas de formação de professores e
materiais didáticos oferecidos às redes públicas continuem a adotar concepções que
restringem o conceito de alfabetização à aprendizagem de um suposto código.
Até 2012 não se tinha dados sobre a situação de crianças aos 8 anos de idade,
pois não havia avaliações como a ANA, uma avaliação em larga escala que informa
sobre os níveis dos estudantes por escola, município ou estado. Portanto, não podemos
indicar claramente quais avanços podem ter ocorrido nos últimos anos.
A apresentação dos resultados da ANA é feita agrupando-se as notas por
intervalos.
No caso da leitura, a ANA trabalha com metodologia de múltipla escolha e com
habilidades que podem ser medidas com essa metodologia, deixando de fora outras
habilidades também importantes, mas que não podem ser avaliadas por meio de
questões de múltipla escolha.
São propostos quatro níveis de leitura. O primeiro nível é composto tanto por
estudantes que não conseguem ler palavras, quanto pelos que conseguem ler palavras,
mas não conseguem ler textos.
A junção desses dois perfis em um só nível dificulta o debate sobre o
diagnóstico feito, pois tradicionalmente as crianças que sabem ler e escrever palavras
são consideradas alfabetizadas. Assim, em uma perspectiva tradicional no nível 1
estariam as crianças não alfabetizadas e as alfabetizadas. Muitas propostas de
alfabetização, sobretudo centradas na memorização de letras, fonemas e sílabas
apresentam tal concepção. No entanto, no PNAIC, é utilizada uma concepção de
alfabetização que só considera a criança alfabetizada quando ela é capaz de ler textos.
Desse modo, no PNAIC teríamos como nível mínimo esperado o nível 2, em que
as crianças são capazes de ler textos curtos, identificando informações e reconhecendo
as finalidades dos textos. Assim, 75,87% poderiam ser consideradas alfabetizadas em
2013 e 77,79% em 2014. Assim, em apenas um ano, o aumento foi de 1,92%. Tal
diferença pode, a princípio, parecer muito pequena, mas tratando-se de avaliações em
larga escala, sabe-se que as mudanças não se dão, via de regra, de forma rápida.
Os níveis 3 e 4 são os das crianças que já têm um domínio maior na leitura,
lendo textos mais longos e complexos. É o que no PNAIC temos insistido em colocar
como metas a serem atingidas em médio e longo prazo. Em 2013, 42,77% das crianças
atingiram tal nível e em 2014, 43,83%.
Em produção de textos, os resultados são agrupados em cinco níveis. No
primeiro, estão as crianças que não escrevem palavras. Essas são as consideradas não
alfabetizadas por autores de diferentes abordagens teóricas.
No nível 2, as crianças escrevem palavras, mas não conseguem produzir textos.
Em uma abordagem tradicional, seriam consideradas alfabetizadas. Para as equipes
executoras do PNAIC, tais crianças não podem ser consideradas alfabetizadas, pois se
espera que elas sejam capazes de escrever textos.
É a partir do nível 3 que estão as crianças que escrevem textos. Em 2013, não
houve avaliação das capacidades de escrita de textos. Em 2014, 73.32% estão nesses
níveis. Não há como dizer se houve, nos últimos anos, algum progresso, pois, como foi
dito, nunca houve avaliação desse tipo no país.
Nos encontros de formação do PNAIC, as discussões conduzem os professores a
pensarem que é importante melhorarmos cada vez mais as capacidades de escrita das
crianças. No entanto, é importante considerar que não se espera de uma criança do ciclo
de alfabetização que ela domine a norma ortográfica, pois essa aprendizagem ocorre
durante todo o Ensino Fundamental. O mais importante é que ela produza textos com
sentido, com clareza e que atendam a diferentes finalidades na sociedade, para que não
tenhamos, adiante, os ditos analfabetos funcionais, tão presentes ainda entre adultos na
nossa sociedade. Esses analfabetos funcionais seriam aqueles que conseguem ler e 
escrever palavras, mas não são capazes de compreender e produzir textos mais
complexos.
Abordagens metodológicas centradas apenas no ensino de letras, fonemas,
sílabas e palavras não auxiliam os estudantes a chegarem aos níveis mais elevados de
escrita. Por isso, no PNAIC, busca-se aprofundamento de estudos e planejamento de
situações de ensino em que tanto seja garantida a aprendizagem do sistema de escrita e
ortografia, quanto o desenvolvimento de capacidades de leitura e produção de textos.
Os dados da ANA, portanto, não podem ainda ser usados para uma avaliação de
avanços, ou não, no processo educativo, embora sinalize que ainda temos muito que
fazer para garantir uma alfabetização plena a todas as crianças. Estamos com mais de
20% das crianças brasileiras terminando o ciclo de alfabetização sem conseguir ler e
escrever textos. É preciso energia concentrada para que os direitos dessas crianças
sejam garantidos e que as demais crianças alcancem níveis cada vez mais ampliados de
domínio da leitura e da escrita.
As reflexões acima sobre os resultados da ANA ajudam a entender que não é
possível, neste momento, fazer relação direta entre o que foi encontrado e o que vem
sendo desenvolvido no âmbito do PNAIC. Sem dúvidas, ainda há muito a ser
conquistado para que se garanta o direito a uma alfabetização plena de todos os
brasileiros. O PNAIC, com certeza, tem muito a contribuir.
Qualquer política de formação de professores precisa de tempo para consolidar
práticas e aprofundar conhecimentos. Os problemas educacionais brasileiros são
resultados de uma longa história de descaso. Não se pode atribuir possíveis resultados
negativos a políticas recentes. Qualquer interrupção na rede de trabalho que se formou
pode colocar em risco o potencial transformador do PNAIC, que se estabeleceu como
uma experiência bem-sucedida de regime de colaboração entre os entes federados e as
universidades públicas. O PNAIC precisa ser concebido como uma Política de Estado,
para que não fique vulnerável a qualquer instabilidade do País. Deve ser encarado como
uma conquista brasileira e como um esforço coletivo que está acima de interesses
particulares.
É preciso também enfrentar outros problemas que têm impedido, ou dificultado,
a realização da tarefa que temos que realizar. Ações que garantam a melhoria da
formação inicial de professores e sua oferta pública, a ampliação da jornada escolar das
crianças, a melhoria salarial dos profissionais da educação, a garantia de melhores
condições de trabalho, com tempo suficiente para que os docentes possam planejar a
ação didática, elaborar materiais, desenvolver projetos especiais para as crianças que
estejam precisando, não podem ser desconsiderados no debate sobre os resultados das
avaliações.
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