domingo, 27 de julho de 2014

Sugestões para desenvolver a compreensão sobre o SEA ( Sistema de escrita alfabética)



1- ATIVIDADES QUE BUSCAM FAMILIARIZAÇÃO COM AS LETRAS:

- Atividades partindo no nome dos alunos, da escola, da cidade, de frutas.

- Trabalhar com a Música: SUCO GELADO
"Suco gelado, cabelo arrepiado
Qual é a letra do seu namorado?
A, B, C (e seguem cantando todas as letras do alfabeto)" 
 - Cada criança irá pular a corda com o grupo tudo cantando a música. Na letra que parar o aluno irá pegar a letra que está na pilha de ALFABETO MÓVEL e sentará, quando todos estiverem pego sua letra, pedimos que digam o nome de um colega da sala ou de alguém conhecido que comece com aquela letra. Depois pode ser alimentos que comecem com a letra que foi pega. Em sala pode ser feito uma lista de nomes e frutas respeitando a ordem alfabética.

- Desenhar um CARACOL dividindo em quadros cada um com uma letra do alfabeto. Cada aluno sorteia uma palavra encosta as mãos e pés nas letras para formar as palavras. (o caracol não pode ser muito grande). Na sala de aula pode se fazer a lista das palavras.
2-  ATIVIDADES QUE OBJETIVAM A CONSTRUÇÃO DE PALAVRAS:

- Jogo da memória explorando os nomes dos alunos - escrita do nome x foto do aluno.
 
- Jogo do mico - associar a palavra com a figura e inserir uma palavra não estável para representar o mico.

- Descubra o que aconteceu - trocar as palavras estáveis, solicitando aos alunos que identifiquem o que há de diferente na sala. Ex: colar no armário a palavra janela, no quadro a palavra porta, etc.


3- ATIVIDADES DE REFLEXÃO FONOLÓGICA:

- Confeccionar fichas com palavras de 2 e 3 sílabas. Realizar sorteio de uma palavra e a leitura da mesma. A criança deverá identificar a última sílaba, e oralmente apontar uma palavra que inicie com esta sílaba. A criança seguinte deverá fazer o mesmo processo, dando continuidade a brincadeira.
* se surgir uma palavra cuja última sílaba seja inviável, ex: telha, haverá o sorteio de uma nova ficha com outra palavra.

4- ATIVIDADES DE COMPOSIÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DE PALAVRAS ESCRITAS:

- Distribuir figuras para alguns alunos e para outros as sílabas, Solicitar que um aluno que esteja com a figura venha à frente, fazendo a leitura da imagem. Pedir que os alunos que tenham as sílabas que compõem a palavra venham a frente  e se organizem na ordem correta possibilitando a leitura.
- Pode-se explorar a seguir as trocas silábicas, formando novas palavras.
Variação: com letras soltas para contemplar as dificuldades ortográficas.

5- ATIVIDADES DE COMPARAÇÃO ENTRE PALAVRAS ESCRITAS:

- Dado das sílabas. Alunos de 2 em 2 jogam o dado e formam palavras com a sílaba correspondente ao dado.
- Alfabeto móvel - troca de letra inicial ou final.
- Sílaba móvel - troca de sílabas iniciais / finais.

- Texto com rimas.

- Quadrinhas.


6- ATIVIDADES DE ESCRITA DE PALAVRAS ATRAVÉS DO PREENCHIMENTO DE LACUNAS:

- Bingo das sílabas.

- Forme palavras através de diagrama.
- Jogos das palavras (partindo de uma palavra, formando outras).

- Jogo dos desenhos (identificar o desenho e completar com a sílaba que falta.


7- ATIVIDADES DE PERMUTA, INSERÇÃO OU RETIRADA DE LETRAS E SÍLABAS PARA FORMAÇÃO DE NOVAS PALAVRAS:

- Jogo PALAVRA DENTRO DE PALAVRAS - que possibilita ao aluno a pensar na palavra escrita e retirando letras poderá formar uma nova palavras. Ex: FIVELA - VELA

8- ATIVIDADES DE ORDENAÇÃO DE LETRAS E SÍLABAS:

- Trabalho com Alfabeto Móvel.

- Jogo de Memória.

- Bingo.

- Dominó das Letras.

- Varal de Letras.
- UCAA - Jogos Silábicos.
- Caça- Palavras

- Cruzadinhas.

- Forca


9- ATIVIDADES DE LEITURA DE PALAVRAS:

- Dominó de Palavras.
- Bingo de Palavras.

- Cartela com imagens e palavras.

- Jogo da Memória (figura e palavra).

- Caça-Palavras.

- Caça- Rimas.

- Trava-Línguas.
- Quadrinhas.

- Ditado Relâmpago.


10- ATIVIDADES DE ESCRITA DE PALAVRAS:

- Jogo de Bingo de Palavras: Distribuir cartelas, cada uma com quatro letras e começar o bingo. O primeiro aluno que marcar as quatro letras primeiro levará a cartela na frente e tentará formar palavras com aquelas letras de sua cartela. Ex: COPA - CAPO. Em seguida, construir palavras que iniciem com as letras da cartela:
COPO
AVIÃO
OVO
PATO

- Jogos: Palavra Dentro de Palavra. Troca Letras.

Escrita espelhada, o que fazer?


    Quando as crianças iniciam a escrever suas primeiras palavras ou números, a sensação dos pais é indescritível. É um processo de autonomia, um ritual de passagem evidenciando uma nova etapa na vida da criança... É uma gracinha ver aquelas mãos tão delicadas iniciando seus traçados...
    Ao compor suas primeiras escritas elas mostram-se portadoras de inúmeras experiências, desejos, anseios e dinâmicas particulares de aprendizado. Vygotsky (1998) destaca que a escrita tem significado para as crianças, desperta nelas uma necessidade intrínseca e uma tarefa necessária e relevante para a vida.
      Entretanto, na medida em que esta escrita avança é comum que elas evidenciem letras ou números espelhados...algumas já estão lá por volta dos 7 anos e ainda mantém esta característica e por que será que fazem isso?
     Em primeiro lugar é importante ressaltar que espelhar letras e números é normal, pois a criança está em processo de construção da escrita. Para que ela tenha o entendimento, que nós adultos temos que a escrita inicia da esquerda para a direita (no caso da cultura ocidental), algumas noções anteriores ao papel devem ser bem trabalhadas. A aquisição da escrita é posterior à aquisição da linguagem e posterior a um nível específico de maturidade motora humana.
     Conforme Esteban Levin (2002: 161), o ato da escrita em si, não depende somente do ato biológico, mas de toda uma estrutura que provém do sistema nervoso central,
[...] o que escreve é um sujeito-criança, mas, para fazê-lo, necessita de sua mão, de sua orientação espacial (lateralidade), de um ritmo motor (relaxamento-contração), de sua postura (eixo postural), de sua tonicidade muscular (preensão fina e precisa) e de seu reconhecimento no referido ato (função imaginária).
     Conforme manual de neurologia infantil, autoria de Diament (2005), a partir dos 7 anos que a criança começa a consolidar a noção de direita e esquerda, bem como encontra-se em fase de maturação de áreas visoespaciais, portanto é perfeitamente normal ainda apresentar algumas trocas  na direção de suas escrita, pois estão em processo de aprendizagem, sistematizando suas hipóteses e consolidando noções importantes em aspectos neurobiológicos, porém, alguns alunos espelham palavras e frases inteiras, característica da disgrafia. No entanto, isso não significa que as crianças que espelham letras e números apresentem disgrafia, mas se no final deste ano, após todas as intervenções pedagógicas terem sido realizadas, visando a “escrita correta” das palavras, faz-se necessário uma avaliação mais detalhada.
       Dehaene (2012) nos mostra que a capacidade de reconhecer as figuras simétricas faz parte das competências essenciais do sistema visual, porque permite o reconhecimento dos objetos independentemente da sua orientação, por esse motivo  que quando uma criança aprende a ler tem que “desaprender” a generalização em espelho para que possa compreender a diferença entre as letras “b” e “d”.  A maioria das crianças passa por uma fase de escrita em espelho tendo geralmente ultrapassada esta dificuldade por volta dos 8 anos. Entretanto, cabe ressaltar que algumas das crianças que apresentam escrita espelhada são canhotas.
      A identificação de uma imagem na sua forma simétrica, confusão esquerda-direita, também é frequente, no nosso sistema visual (Dehaene 2007).
       No entanto, na sala de aula existem professores que consideram "errado" quando os alunos escrevem palavras ou números espelhados, por isso se faz necessário esclarecer que antes de considerar certo ou errado, faz-se necessário realizar atividades que propiciem a lateralidade. Com certeza, no processo de alfabetização, tanto pais, quanto professores, devem sempre questionar a criança sobre como poderia melhorar aquilo que fez, procurar fazê-la tomar conhecimento do que fez e como o fez, mas também como deveria fazê-lo. 
        Numa abordagem neurocientífica Guaresi (2009) enfatiza que:
A criança tem que manipular um repertório de  habilidades motoras finas e complexas concomitantes com dados sensoriais (conteúdo visual),  um processo que envolve muitas funções cerebrais, tais como atenção, memória, percepção  (integração e interpretação de dados sensoriais), entre outras. O processo de aprendizagem da  escrita envolve, entre outros aspectos, a integração viso-espacial, ou seja, visualizar o que está  sendo apresentado, localizar o lápis, acomodá-lo de forma satisfatória na mão, direcioná-lo ao  caderno e iniciar a sequência de movimentos numa tentativa de escrita. Com o tempo e o reforço das redes sinápticas correspondentes, este processo será automático, ou seja, não  precisará de monitoramento cerebral constante para execução da tarefa e a criança terá  condições de aumentar o nível de complexidade.
       Existem três domínios principais que precisam ser ensinados para que uma pessoa tenha autonomia no ato de escrever: o domínio linguístico, o domínio gráfico e o de conceitos de letra e texto. A escrita  como um sistema organizado manifesta nossa capacidade de simbolizar.  É complexo e sua aquisição demanda o domínio das várias dimensões que o compõe, por exemplo, além da segmentação, as crianças precisam adquirir no domínio gráfico, noções de esquerda para a direita, de cima para baixo.
          Portanto, a neuropsicopedagogia não lida apenas e diretamente com o problema de aprendizagem, mas com todos os processos metacognitivos que fazem com o ser humano venha a ter melhores condições de aprendizagem. Nesse sentido é importante lembrar que os alfabetos expostos em sala de aula, não deveriam ser em E.V.A, pois na maioria das vezes, apresentam somente a letra script maiúscula, sendo que no mundo letrado, não é somente este tipo de escrita que a criança encontra, muito menos deveriam conter formas de “bichinhos, bonequinhos”, pois isto também acarreta em confusão para aquela que se encontra em processo inicial do traçado das letras. Ela precisa visualizar a estética correta da escrita, e se possível que neste alfabeto seja sinalizado por setas indicando por onde começar esta escrita. A mesma sugestão é válida para o traçado de números. No entanto, antes de sistematizar a escrita “no papel”, diversas outras atividades envolvendo o corpo devem estar bem desenvolvidas, pois tudo que sentimos através do nosso corpo, torna-se mais significativo e é nesse sentido que seguem algumas sugestões de atividades:
Jogo de orientação espacial:
Dependendo da idade da criança, pode-se colocar uma fita no braço, ou perna sinalizando o lado direito (ou esquerdo). Coloca-se no chão algo delimitando o espaço, por exemplo 3 colchonetes. A criança fica posicionada no colchonete do meio, e o professor diz: direita (ele deve passar para o colchonete correspondente), esquerda ou meio. Também, após terem dominado estas noções,  pode ser colocado outros 3 colchonetes na frente da criança, sendo que outra participe da atividade, demonstrando que ao se posicionarem uma frente a outra, o ato de pular para a direita de uma, irá mostrar-se diferente do ato de pular para a direita de outra.

Atividades com balão:
Tentar manter o balão no ar, somente batendo nele com a mão direita, após somente com a mão esquerda.

Brincar de Robô:
Uma criança é o robô, e seu parceiro é o guia. Auxiliados pela professora, combinam sinais de movimentação do robô. Por exemplo, se o guia tocar o lado esquerdo da cabeça do robô, esse vira para a esquerda; se tocar o lado direito, vira à direita; se tocar o alto da cabeça, o robô abaixa, e assim por diante. Algum tempo depois, invertem-se os papéis, sendo que o guia vira robô, e o robô vira guia. Depois disso, a brincadeira é feita com deslocamentos. As duplas combinam os sinais de movimentação. Por exemplo, um toque na parte de trás da cabeça é sinal para o robô ir adiante; um toque nos ombros é sinal para que ele pare.
Brincar de espelho:
Inicialmente cada aluno faz as atividades sozinhos, ou seja, a professora diz, mostrar a mão direta, colocar o pé esquerdo ao lado da cadeira, colocar a mão esquerda no olho esquerdo, encostado no cotovelo direito  no joelho direito, e ir dizendo várias situações. Mas para brincar de espelho, cada um ficará de frente a um colega e deverá seguir as instruções dadas pela professora, porém localizando no outro.

Que letra é essa?
Nas costas do aluno o professor faz com o dedo uma letra e o mesmo deve dizer qual é.
Caminhar sobre as letras:
No chão, fazer o traçado de letras ou palavras e os alunos devem caminhar sobre as mesmas, seguindo a ordem que o traçado deve ser feito. 
Escrita com água:
Os alunos podem molhar o dedo na água e vir ao quadro passar o dedo sobre o traçado das palavras.

Escrita na areia:
No chão, escrever com o dedo, ou palito de picolé, o traçado de palavras.
Modelagem de palavras:
Usando argila ou massa de modelar, escrever palavras modelando letra por letra.
Referência Bibliográfica:
BOSSA, Nádia. Dificuldades de Aprendizagem: o que são e como tratá-las. Porto Alegre: ARTMED, 2000.
DEHAENE, Stanislas. Os Neurônios da Leitura: Como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.
DIAMENT, A. CYPEL,S. Neurologia Infantil, 2005, p. 78
GUARESI, Ronei. Etapas da aquisição da escrita e o papel do hipocampo na consolidação de
elementos declarativos complexos. Letrônica, Porto Alegre v.2, n.1, p. 189, jul. 2009.
LEVIN, Esteban.  A Infância em Cena. Petrópolis: Ed. Vozes, 2002- 
LIMA, Elvira Souza .Coleção Cotidiano na Sala de Aula. Ed Inter Alia, São Paulo
http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2013/04/escrita-espelhada-o-que-fazer.html 

Caixa Matemática

Este ano o PNAIC não tem um material enviado pelo MEC, como as caixas de jogos de alfabetização que todas as escolas receberam até o ano passado.
Mas isso não significa que não teremos materiais para trabalhar em nossas salas de aula. 
A sugestão  proposta no Caderno 3 (p.19) do PNAIC  Matemática, é que cada professora tenha a sua CAIXA MATEMÁTICA.
   Mas o que colocar nesta caixa? 
   A seguir daremos  uma lista de materiais essenciais para as aulas de ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA.  São materiais simples, que vão sendo coletados pela professora ou mesmo pelos próprios alunos.


 MATERIAIS:

• de contagem: palitos, canudos, miçangas, sementes, tampinhas, etc;


• ligas elásticas, como as utilizadas para amarrar dinheiro, para a formação de grupos de palitos ou canudinhos;



• tapetinho como base para apoio dos materiais, de forma a organizá-los segundo o sistema de posicionamento: folha de cartolina, papelão ou EVA com três divisões, ao menos;



• fichas numéricas com os algarismos (pelo menos cinco conjuntos completos de 0 a 9);



• dinheirinho: em especial notas de 1 real, 10 reais e 100 reais;



• fichas escalonadas;



• materiais para medidas: fita métrica, relógio, trena, régua, balança; 

 
• dados com formatos diferentes;



• coleções para contagem;
 
• material dourado;

• outras possibilidades, sobretudo aquelas pensadas e propostas pelo coletivo dos professores da escola."